Toda vez que iam navegando pela água do
oceano
De longe eles
avistavam o país africano
Que corriam ver as
mercadorias e depois vinham falando:
-Quer quantos
escravos em troca de alguns mantos.
Depois do acerto os
escravos iam chorando
Eram jogados nos porões
e ai vinham escutando:
-Escravos
ordinários, vão se acomodando!
E pelo oceano a fora
eles iam apanhando.
No caminho dessa
vida muitas dificuldades passaram
Mas ninguém
imaginava nada perto do que encontraram
Nessa viagem muitos
não aguentaram
E do navio os
portugueses os atiraram.
Apertados e sentados
ali naquele porão
Eram presos sem
saber qual a razão
E os escravos foram
maltratados e acorrentados
Naquela terrível
escuridão.
No fim daquela
viagem
Muitos se lembravam
Das suas vidas antes
de serem trocados
No rosto já tinha a
marca da tristeza e no seu corpo a marca da solteira.
Aquela viagem da
minha memoria não sai mais
Eu sofri tanto que
não esqueço jamais
E dos meus
companheiros eu tenho que ir atrás
Porque se não vou
apanhar mais.
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